quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

PROJETO BALAIADA, UM NOVO JEITO DE CONTAR A HISTÓRIA

Inspirado em regiões turísticas como Minas Gerais, a região da Farroupilha no Rio Grande do Sul, Nova Jerusalém em Pernambuco e outras, o Projeto Balaiada pretende promover a História da Balaiada a partir do viés crítico social, inspirado nos movimentos de valorização do tema das décadas de 90, em Caxias, e dos anos 2000, do Movimento Novos Balaios.
Por outro lado, busca enfatizar o aspecto do desenvolvimento sustentável da região nordeste maranhense, onde se constata o foco principal da Guerra da Balaiada no século XIX. Questões como preservação do meio ambiente em meio à promoção da agricultura familiar, produção artesanal e a cultura popular são elementos que estão na pauta temática do Projeto Balaiada.
Um ponto importante a ser considerado é a proximidade com a região turística de Barreirinhas, os Lençóis Maranhenses, bem como sua localização central entre essa área e a região dos cocais, polarizada pela cidade de Caxias, onde encontra-se, inclusive, o Memorial da Balaiada, o que propicia fortemente a implementação de uma ação no turismo.
O Projeto foi iniciado em 2014 com a realização da Primeira “Semana da Balaiada”, ocorrida de 7 a 13 de dezembro daquele ano. O período se explica devido ao final do festejo de Nossa Senhora da Conceição, forte religiosidade na região dos balaios, no dia 8 de dezembro, seguindo até o dia 13, data em que teve início a Guerra da Balaiada na Vila da Manga do Iguará, atual Nina Rodrigues.
A Semana da Balaiada é uma tecnologia social onde se concentram ações de governos e entidades no sentido da promoção do debate sobre o tema e ainda a socialização de apresentações culturais como música regional, peças teatrais, poesias e muitas outras formas artísticas, podendo ser concentradas em um evento único como o “Festival da Balaiada”, que já vem sendo realizado por alguns municípios há alguns anos.
Tem como temas transversais a questão da tolerância e o combate à discriminação, bem como o estímulo ao estudo da história da população afro-brasileira e indígena nas escolas.
A partir de 2014 seguiu-se a cada ano as Semanas da Balaiada, sempre no mesmo período, sendo acrescentados outros momentos do ano como viés temáticos afins à Balaiada, como as Festas Juninas, Semana do Meio Ambiente, Semana da Consciência Negra, o 17 de setembro (dia documentado como o enforcamento de Negro Cosme, em Itapecuru-Mirim), a semana de Cultura de Itapecuru-Mirim, dentre outros.
Durante os anos em que realizou-se as Semanas da Balaiada pode-se destacar:
Em 2014, participação do Projeto Balaiada na Expo-Chapadinha e seminário da Balaiada, na FAP – Faculdade do Baixo Parnaíba, em que tivemos representantes de municípios como Nina Rodrigues, Anapurus, Brejo, Vargem Grande e Itapecuru-Mirim.  
Em 2015, início das viagens de sensibilização sobre a Balaiada nos municípios. No período houve a adesão da Unidade Regional do SEBRAE de Chapadinha ao Projeto Balaiada. Realização do Programa Mais Cultura e Turismo, do Governo do Estado do Maranhão, durante a Semana da Balaiada de 2015.
Participação do Projeto Balaiada no Seminário de Turismo em Formosa da Serra Negra, onde iniciou-se as orientações para a constituição do Fórum da Região da Balaiada, para a criação do Polo Turístico e Cultural da Balaiada.
Realização da Primeira Semana da Balaiada em Nina Rodrigues.
Nesse ano, o SEBRAE iniciou esforços para identificar o potencial turístico do tema Balaiada e promover apoio ao desenvolvimento da proposta. Sobre isso destacamos o senhor Joelson, turismólogo do órgão e, ainda, as senhoras Flávia Cantalamessa e Elaine, com o estudo técnico sobre a viabilidade turística da região e do tema proposto.
Em 2016, houve a primeira publicação sobre o estudo técnico do SEBRAE sobre a viabilidade técnica do turismo na Região da Balaiada. Houve início da parceria entre Sr. Baltazar (do Museu Recanto dos Balaios) e o Projeto Balaiada, para formatar a construção e organização do espaço cultural. Início dos trabalhos para articulação do Fórum da Região da Balaiada, com uma primeira comissão sediada em Chapadinha. O Projeto Balaiada participou da AGRITEC – Feira de Tecnologias da Agricultura Familiar, do Governo do Estado do Maranhão.


Em 2017, falecimento de um grande parceiro do Projeto Balaiada, o amigo Chichico. Durante o ano fizemos diversos encontros nos municípios para apresentar a proposta do Projeto Balaiada e motivá-los à realização da Semana da Balaiada no final do ano.
Nesse ano foram realizadas algumas iniciativas institucionais, como o Fórum Balaiada (que reúne personalidades de diversos setores da sociedade, como prefeituras, vereadores, empresários, faculdades, organizações não-governamentais, dentre outras), o Consórcio Balaiada (com representações de prefeitos(as) da região), o Parlatório Balaiada (com vereadores), o Museu Recanto dos Balaios (de iniciativa do sr. Baltazar, em Nina Rodrigues) e a sede do Projeto Balaiada (em Chapadinha), a lei do Dia Estadual da Balaiada (13 de dezembro), a lei da Semana Municipal da Balaiada de Chapadinha (de 7 a 13 de dezembro), a proposta do projeto turístico do SEBRAE “Rota dos Balaios”, dentre outras, todas direta ou indiretamente motivadas pelo Projeto Balaiada.
A perspectiva de futuro é que as pesquisas se avolumem cada vez mais, especialmente com a inserção de instituições de ensino, pesquisa e extensão, bem como que os municípios intensifiquem sua preparação para a Semana da Balaiada ao final do ano, bem como de outros períodos afins durante o ano.
Enfim, o Projeto Balaiada é simplesmente um “sonho”. Esse tom de idealismo vazio não cabe ao Projeto. Ele é ação concreta que se realiza em coletivo. É de toda uma região, de uma população que anseia que essa história seja recontada e que contribua para reverter o quadro de atraso social e econômico em que está mergulhada desde o século XIX.
É isso. Obrigado!


Jânio Rocha Ayres Teles

Articulador do Projeto Balaiada

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