sexta-feira, 27 de março de 2015

ANAJATUBA E A BALAIADA

Mauro Rego 
O município de Anajatuba, historicamente, é palco de disputas políticas entre dois grupos antagônicos, cujos interesses individuais muitas vezes prejudicam o b em estar da comunidade. Essa situação acontecia mesmo antes de sua emancipação política ocorrida em 1854.
Joaquim José da Silva Rosa Filho, o Comendador Rosa, tido como o fundador da Vila de Santa Maria de Anajatuba, disputava o poder com Sylvestre Pereira da Silva Coqueiro, ambos eleitos para a Primeira Câmara Municipal nas eleições municipais de 1855.
O Comendador Rosa, comandante do 2º Batalhão da 2ª Legião da Guarda Nacional no termo do Mearim, por isso conhecido como Capitão Mor, era amigo do também Comendador Padre Inácio Mendes do Moraes e Silva,  proprietário da Fazenda Buenos Aires, na região do Teso, em Anajatuba. Ambos foram eleitores especiais da antiga Vila do Mearim, hoje Vitória do Mearim.
A Guerra da Balaiada vinha sendo gestada em vários pontos do Maranhão, devido a insatisfações de minorias diante dos procedimentos  políticos e administrativos do poder dominante e explodiu na Vila da Manga, espalhando-se rapidamente, haja vista as várias lideranças isoladas, em várias frentes.
Localização de AnajatubaOs rebanhos bovinos dos campos de Anajatuba, até hoje, são remanejados para outros locais, em busca de pasto, na época do verão. O Padre Inácio Mendes de Moraes e Silva, a quem é atribuída velada orientação do levante nesta região, mandou uma boiada para Manga do Iguará, saída de sua fazenda nos campos de Anajatuba, conduzida por alguns vaqueiros chefiados por Raimundo Gomes Vieira Jutai. Esse piauiense tinha essa alcunha porque morava na ilha Jutai, próxima de Buenos Aires.
Por alguma razão, talvez por excessos decorrentes de bebidas, o delegado da região mandou prender alguns vaqueiros, causando sérios problemas na locomoção do gado, sendo alguns magotes conduzidos de volta.
O subchefe do lugar era José do Egito Pereira da Silva Coqueiro, provavelmente o pai do adversário político do Comendador Rosa, ao qual pertencia o Padre Inácio, razão por que não foram atendidos os pedidos de Raimundo Gomes para que os vaqueiros fossem libertados a fim de continuarem a viagem.
Raimundo Gomes retornou a Buenos Aires a fim de comunicar o ocorrido ao seu patrão, o qual, percebendo que se tratava de retaliação política (pois sua irmã Guilhermina Julieta de Moraes e Silva era casada com um dos parentes do subchefe Silvino Pereira da Silva Coqueiro), recomendou que tentasse novamente a libertação com o argumento de o gado pertencer a um cunhado de seu parente. Acrescentou, entretanto, que se não obtivesse a libertação dos homens, os arrancasse à força da prisão.  Como Raimundo Gomes  não obteve êxito nessa tentativa, comandou a invasão da cadeia, que resultou na explosão da Guerra da Balaiada.
A velada orientação dos dois Comendadores nas ações da Balaiada, depreende-se do fato dos rebelados jamais terem assaltado fazendas nos campos que hoje constituem os municípios de Anajatuba, Arari e Vitória do Mearim. Alguns relatos de moradores antigos nos falam da acolhida de muitos balaios perseguidos em fazendas pertencentes aos dois comendadores. Também a condição de letramento de Raimundo Gomes não lhe permitia  escrever o documento de caráter político apresentado quando da invasão da cadeia, o que leva os estudiosos do assunto a atribuir a sua autoria ao Padre Inácio.
O Padre Clodomir Brandt e Silva, em seu livro Assuntos Ararienses, nos informa que Raimundo Gomes Vieira Jutai foi posteriormente ordenança de Luiz Alves de Lima e Silva, o futuro Duque de Caxias*.
Os caminhos da guerra da Balaiada devem, por tudo isso, serem iniciados  nas ilhas anajatubenses de Jutai e Buenos Aires, de onde partiu a boiada do Padre Inácio rumo a Manga do Iguará. Afinal de contas, a história oficial tem na tendência de estereotipar certos fatos do passado, mas sua revitalização e releitura estão sendo procuradas através da ONG Juventude sem Fronteiras e da Agência Intermunicipal de Consórcios da Região dos Lagos Maranhenses – Conlagos.

(Publicado no jornal O ESTADO DO MARANHÃO, de  São Luís (Ma), edição de 14 de dezembro de 2007 – Opinião)
( * ) - O Padre Clodomir deve ter se equivocado, pois segundo MARIA RAIMUNDA ARAUJO em seu livro EM BUSCA DO NEGRO COSME, Raimundo Gomes foi deportado e morreu em um navio).

Texto extraído do livro inédito  “As Crônicas de Anajatuba”

sábado, 21 de março de 2015

São Bernardo-MA: resquícios da história da Balaiada


Abrindo os trabalhos para a celebração do aniversário da cidade de São Bernardo, no último dia 20 de março os professores da escola municipal Nilza Coelho Lima, coordenados pelo professor Ronilson Oliveira, visitaram duas fazendas na zona rural do município que apresentam características importantes para a história da Balaiada: Fazendas "Canta Galo" e "Paraíso). 
Foram para a atividade de aula-passeio alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental. 
Na fazenda Paraíso alguns alunos fizeram a leitura de depoimentos da memória oral acerca da escravidão em São Bernardo, de acordo com o livro "A Guerra dos Bem-te-vis" (Matthias Assunção) e algumas partes do livro "São Bernardo Documentário" (Nonato Vaz). 
Em seguida visitaram uma casa de engenho no povoado São Raimundo e o cemitério dos escravos. 
A atividade correspondeu ao Projeto: História da nossa gente e o estudo do nosso lugar", organizado por professores de história e geografia da já citada escola. 
No final, o grupo agradeceu a Prefeitura Municipal de São Bernardo pelo apoio logístico, bem como à gestora escolar, a professora Jesus Meireles, alem dos professores Eloneida, Cartejane e Jodeth Couto. 
Segundo o professor Ronilson, essa foi a primeira atividade de implementação efetiva do Projeto Balaiada no município de São Bernardo-MA. 

sexta-feira, 20 de março de 2015

ESCOLA PAULO FREIRE, EM ITAPECURU-MIRIM REALIZA SUA ABERTURA OFICIAL DO PROJETO BALAIADA 2015


A Professora Conceição Aguiar (de blusa azul na foto ao lado) coordena os trabalhos de implementação do "Projeto Balaiada: o resgate de nossa história", na Escola Paulo Freire, no município de Itapecuru-Mirim. 
O evento ocorreu no dia 19 de março de 2015 e contou com a participação de professores, alunos, pais e outros membros da comunidade escolar. 
Estavam presentes, também, a supervisora da SEMED Cleude Fonseca e o professor Tiago Oliveira, bem como Jaqueline Aguiar, Osvana Maria, Josiane Moraes, professora Domingos e Luciana Alves (todos na primeira foto). 
A convidada palestrante é a professora Cecília Lages (na foto de calça estampada). 
A escola fica localizada em na área de assentamento rural "Conceição Rosa", no município de Itapecuru-Mirim. 
Segundo relato da professora Cecília Lages, "estamos buscando uma educação de qualidade resgatando a nossa história com o Projeto Balaiada". 
O Projeto na referida escola pretende dar um enfoque na voz dos vencidos, de forma similar à intenção de construção do Memorial da Balaiada, em Caxias. Olha aí o Projeto ganhando conexões fundamentais! 
Ainda, o professor Tiago Oliveira prestigiou o evento com uma explanação sobre a Balaiada. 
O Projeto teve pleno apoio da secretária de educação, professora Elisangela Marinho e da Casa da Cultura, na pessoa de sua coordenadora, Dra. Jucey Santana, que disponibilizou inclusive os banners para o evento. 




segunda-feira, 16 de março de 2015

Encontro de trabalho do Projeto Balaiada: 11 de abril de 2015

http://ntebelempa.blogspot.com.br/2012/02/reuniao-para-os-professores-de-sala-de.html
O Projeto Balaiada terá uma reunião de trabalho para fazer um balanço de seu desenvolvimento nos diversos municípios onde se tem representação e articulação. 
Dois ou três representantes por cada município estão sendo esperados, totalizando entre cinquenta e sessenta pessoas. 
O ambiente onde ocorrerá o Encontro ainda não foi confirmado, mas a cidade de Chapadinha é a acolhedora da reunião. 
As atividades ocorrerão no período da tarde de sábado (11) e terão a seguinte programação: 

13:30 às 14:00 
RECEPÇÃO 

14:00 às 14:30
ABERTURA OFICIAL 
APRESENTAÇÕES DAS COMITIVAS 

14:30 às 15:30 
EXPLANAÇÕES E DEBATES SOBRE O PROJETO NOS MUNICÍPIOS: 
COMO ESTÁ O PROJETO BALAIADA EM SEU MUNICÍPIO? 

15:30 às 15:45 
LANCHE 

15:45 às 16:00
MOMENTO CULTURAL 

16:00 às 17:00 
PLANEJAMENTO DE AÇÕES, DELIBERAÇÕES E ENCAMINHAMENTOS:
QUAIS AS PERSPECTIVAS PARA A 2ª SEMANA DA BALAIADA, PARA SEU MUNICÍPIO, EM 2015 
QUAIS AS PERSPECTIVAS PARA ESTUDOS, PESQUISAS E VIAGENS EXPLORATÓRIAS INTERNAS E EXTERNAS DO PROJETO? 

PARA INSCRIÇÕES: 
Enviar mensagem de texto e/ou watsapp para o número: (98) 9.9127-1244 

Ou para o e-mail: chapadinha.janio@gmail.com 

Contendo os seguintes dados: 
NOME: 
MUNICÍPIO: 
TELEFONE/WATSAPP: 
ÁREA DE ATUAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E/OU TURÍSTICA: 
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DA QUAL PARTICIPA E/OU REPRESENTA: 


PRAZO PARA INSCRIÇÃO: 31/03/2015 
(NÃO COBRAMOS PELA PARTICIPAÇÃO) 


domingo, 15 de março de 2015

Arraial da Balaiada: o que é isso?

Em meio às programações da Semana da Balaiada, consta a realização do "Arraial da Balaiada". 
Trata-se de um espaço em praça pública ou ambiente similar em que estão dispostos: 
1: Palco para apresentações de paródias, peças teatrais e expressões artísticas textuais (poesias, cordéis, contos, etc), bem como bandas e artistas locais. 
2: Espaço de exposição de artesanato e produtos típicos da região da Balaiada. 



3: Stands (barracas) de vendas e exposições de produtos típicos da cultura regional*. Pode haver um concurso de barracas. 
4: Tablado de 1,5 metros de altura para apresentações de danças e/ou artistas, peças teatrais, etc. 
5: Localização do público, seja para assistir as apresentações no palco e no tablado, quanto para circular entre os stands e ambiente de exposição.  


*3: Stands (barracas) de vendas e exposições de produtos típicos da cultura regional*. Pode haver um concurso de barracas*. 
Média de 14 stands, podendo ser distribuídos da seguinte forma: 

STANDS DE COMIDAS TÍPICAS
Moqueca de Camarão da Pousada Angá - Baixio.BahiaCanjica
Mingal de milho 
Caldo de ovos
Creme de galinha 
Aloá 
Maria Isabel
Pousada Angá - Praia do Baixio - BahiaBolos de: milho, puba e goma. 
Sucos de: bacuri, buriti, juçara (açaí), murici, etc. 
Sorvetes com produtos típicos 

STANDS DE ARTESANATO 
Jarros
Pilão  
Redes
Bolsas
Móveis
Bijuterias 
Brinquedos artesanais





ESPAÇOS DE ROUPAS, ACESSÓRIOS E/OU INDUMENTÁRIAS TÍPICAS 
Chapéu Caipira de Palha DesfiadoBlusas com imagens de paisagens naturais e urbanas do município 
Chapéus de couro, palha ou outras fibras locais
Chapéus de palha podem ser encontrados em vários modelos e tamanhos  (Foto: Patrícia Andrade/G1)Sandálias de fibras e/ou couro 
Indumentárias de vaqueiros 
Estátuas representativas de personagens da Balaiada 

STANDS TEMÁTICOS 
Apresentando a história da Balaiada 
Apresentando os pontos turísticos relacionados à Balaiada
Apresentando os pontos turísticos que agregam valor ao Projeto Balaiada, com banhos, trilhas e locais com grande beleza natural. 
Com entidades apresentando resultados de seus trabalhos sociais, como sindicatos, igrejas, associações ou outras organizações sociais. 

IMAGENS:
http://g1.globo.com/pi/piaui/sao-joao/2013/noticia/2013/06/lojistas-esperam-aumento-de-7-nas-vendas-com-periodo-junino-em-teresina.html
http://misscheck-in.com/category/bahia/
http://cravolandiaemfoco2013.blogspot.com.br/2013_06_23_archive.html
http://www.santaremconexao.com/2011_09_04_archive.html
http://www.easyrentrio.com/index.php/blog/entry/15-atracoes-imperdiveis-da-feira-de-sao-cristovao
http://www.magazine25.com.br/festa-junina
http://losaragao.com.br/barracas_tematicas.html
http://www.blogdabalaiada.blogspot.com.br/search?updated-max=2014-12-21T18:17:00-08:00&max-results=7&reverse-paginate=true

terça-feira, 10 de março de 2015

Turismo? Aqui? O que de turístico na região da Balaiada?

InterrogaçãoUm dos questionamentos que sempre escuto quando apresento o Projeto Balaiada nos municípios é: "O que tem de turístico na região da Balaiada?" 
As pessoas me perguntam onde estão nossas cachoeiras, nossas montanhas altas, nosso clima frio, nossa produção de vinho, etc. 
Não é nada disso! 
Há vinte anos atrás quem poderia imaginar que viriam turistas do mundo inteiro para Barreirinhas para ver, nada mais, nada menos, do que "Areia"?!    (rsssss) 
Da mesma forma eu questionaria o que tem na Amazônia que o turista poderia se interessar?   Macacos?   Árvores?   Rios? 
O que teria em Nova Jerusalém, um sertão no meio da região nordeste do Brasil, que tanto atrai os turistas? 
E o Vaza-Barris, de Canudos, que nem mesmo os vestígios do movimento estão à mostra o tempo todo, pois a barragem os cobriu de água? 
A Farroupilha, no Rio Grande do Sul também não ofereceu nada mais nada menos do que a história de uma guerra que aconteceu no século XIX, no período regencial brasileiro e que esteve à beira da independência de uma parte do país. 
Brasil: século XVII
O que isso tem a ver com a Balaiada? Tudo! Aqui nós tivemos uma guerra tão importante para a História do Brasil que o seu comandante, Luís Alves de Lima e Silva foi chamado de "O Pacificador" e foi condecorado com o título de nobreza de "Duque de Caxias", e eleito o patrono do Exército brasileiro. Isso não foi por qualquer eventozinho. Foi algo que mudou a História de nosso país. 
Mapa
Brasil: século XVIII
O Maranhão não era simplesmente um estado qualquer. Era, na verdade, o antigo centro do Estado do Maranhão e Grão Pará, uma colônia independente do Brasil e vinculada diretamente à metrópole portuguesa. A vitória da Balaiada poderia significar a divisão do Brasil ao meio, sendo que parte do nordeste e toda a Amazônia ficaria para nós. 
Além de tudo isso, quando a celebração da Farroupilha começou no Rio Grande do Sul não haviam atrativos turísticos consolidados há menos de 300 quilômetros, como Barreirinhas, Delta do Parnaíba, Rota das Emoções e as praias e centro histórico de São Luís. 
Temos tudo para prosperar no Projeto Balaiada e precisamos acreditar nisso. 
Nosso potencial é gigantesco e o retorno social, cultural e financeiro será inestimável. 
A Semana da Balaiada, em dezembro, não tem concorrentes em lugar algum do Brasil. Início das férias escolares, finalização das aulas das redes públicas de ensino. Período propício para culminâncias de trabalhos escolares. Alta temporada do turismo, etc. 
O Projeto Balaiada tem viabilidade sim. Mostraremos isso durante o ano de 2015 e, em especial, na Semana da Balaiada, de 7 a 13 de dezembro. 


IMAGENS: 
http://rhistoriandoz.blogspot.com.br/2012/04/texto-7-segundos-anos.html
http://www.fcnoticias.com.br/colonizacao-portuguesa-na-america-resumo/ 
http://olhonahistoria.blogspot.com.br/2011/10/atividades-de-historia-do-brasil.html 
http://www.ub.edu/geocrit/9porto/antonfer.htm 

domingo, 8 de março de 2015

No dia 8 de março, o jornal O Imparcial apresenta a autora Jucey Santana e a Imortal da Academia Maranhense de Letras, Mariana Luz


Por: Patrícia Cunha 
Publicação: 08/03/2015 11:20

A imortal, membro da Academia Maranhense de Letras, Mariana Luz (10/12/1870 a 14/09/1960), cidadã itapecuruense, tem sua obra reconhecida por meio de outra, o livro Marianna Luz: Vida e Obra e Coisas de Itapecuru-Mirim, de autoria de Jucey Santos de Santana, bacharel em Direito, pesquisadora e membro da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, e principalmente, admiradora da obra da educadora, poeta, teatróloga, oradora e escritora Mariana Luz.

O livro de 450 páginas ficou pronto depois de quase cinco anos de pesquisa e foi lançado em dezembro do ano passado na Academia Itapecuruense de Ciências Letras e Artes.

Dividido em três partes, a autora aborda inicialmente a biografia da poeta, na segunda parte a obra de Mariana, além de crônicas escritas para ela ou sobre ela. A terceira parte é constituída de dezoito recortes da história de Itapecuru-Mirim como locais, festas, fatos e moradores. Poesias, recortes, fotos, e outros recursos são utilizados no livro, que tem prefácio de Inaldo Lisboa, escritor itapecuruense.

A obra foi toda baseada em pesquisas em jornais e outros documentos sobre a poeta, que teve grande projeção nas artes plásticas, cênicas e também na literatura em âmbito estadual e nacional, mas segundo a autora morreu pobre.

“A Mariana foi professora do meu pai, também do presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Buzar, só para citar alguns, foi a segunda mulher a ingressar na AML nos idos de 1948 e me inquietava muito que as pessoas não a conhecessem Daí resolvi escrever sobre a importância dela e apresentá-la para as pessoas que não a conheceram”, conta Jucey Santana.

Jucey quis resgatar o quanto de humana e generosa existia na figura da poetisa, mesmo não a conhecendo. Em suas pesquisas debruçava-se sobre a história daquela mulher e descobriu uma Mariana diferente. “A pesquisa me revelou uma Mariana alegre, extrovertida, dinâmica, versátil, empreendedora, ousada, que transmitia a sua paixão pelas letras e pelas artes mesmo nas horas da maior adversidade”, revela Jucey.

A autora destaca que o diferencial de Mariana Luz para outros grandes expoentes do Maranhão, é o fato da poetisa sempre ter vivido em Itapecuru, auxiliando na educação de várias gerações de conterrâneos, tendo produzido toda sua obra literária na sua cidade natal, muitas vezes falando do cotidiano das pessoas amigas, vizinhos, alunos, autoridades, figuras ilustres.

A obra de Mariana Luz, ficou muito tempo na obscuridade, por falta de condições financeiras da autora, para sua publicação. Na década de 1940, com o apoio do Centro Acadêmico Clodomir Cardoso da Faculdade de Direito do Maranhão em conjunto com Orbis Clube de São Luis, foi publicado o seu livro “Murmúrios” com pequena tiragem e responsável pela sua indicação à AML. “Nessa época a Academia Brasileira de Letras não tinha nenhuma mulher, então ela foi precursora, era uma mulher à frente do seu tempo. Dentre os mais de 400 membros da Academia Maranhense de Letras havia só oito mulheres e ela foi uma delas”, lembra Jucey completando que Mariana era mulher de luta e que apenas aos 70 anos teve o primeiro emprego.

“Murmúrios é bem uma coletânea de versos de vários períodos da minha existência. Nele está bem clara a história da minha vida literária, se é que eu a tive realmente. E este prêmio, que os altos valores da intelectualidade maranhense me concederam eu agradeço de todo coração”. “Muito me sensibilizou a minha eleição para o mais ilustre sodalício ateniense”. Trecho retirado de uma entrevista concedia a O Imparcial em 10 de maio de 1949 e que está no livro.

“Faleceu sem ter sua obra publicada, apesar de ter sido uma mulher muito importante. Na área literária era uma unanimidade no final do século XIX e início do século XX, era correspondente de vários jornais, então o objetivo é oferecer uma contribuição para o estudo de Mariana Luz e da literatura maranhense”, diz Jucey Santana. 

Sofrimento, solidão e tristeza

São os temas muito explorados pela autora. “Uma tristeza vaga, indefinida”, “Esta vida falaz e amargurada”. “A angústia, o mal a que ninguém se exime”. Em entrevista a poetisa confirma: “Prefiro Escola Antiga, porque me parece agradar mais ao coração. Está mais condizente com a minha alma sofredora”.

A sua poesia era geralmente cheia de mágoa, mas também escreveu contos, dramas e comédias. Em sua casa montou um Grupo Teatral. Ela atuava como autora e também encenava, participando do elenco. As peças eram bastante procuradas, em uma época que não tinha cinema, constituíam o maior entretenimento na cidade.


INSERT 

Ficha Técnica
Livro: Marianna Luz: Vida e Obra
Autor: Jucey Santana
Pág: 456


ACESSO: JORNAL IMPARCIAL 
http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/impar/2015/03/08/interna_impar,168144/livro-marianna-luz-vida-e-obra-e-coisas-de-itapecuru-mirim-retrata-a-poeta.shtml 

CRIADA A LEI QUE INSTITUI A SEMANA DA BALAIADA NO ÂMBITO DO ESTADO DO MARANHÃO

 LEI Nº 12.227, DE 14 DE MARÇO DE 2024 ESTADO DO MARANHÃO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO MARANHÃO INSTALADA EM 16 DE FEVEREIRO DE 1835 DI...