A força da identidade negra nas comunidades tradicionais quilombolas
Nas terras do Maranhão existem comunidades negras rurais habitadas por descendentes de africanos escravizados, denominadas de quilombos. O conceito de quilombo tem sido discutido a partir de um novo cenário das situações sociais com vistas ao acolhimento constitucional previsto pelo artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 88.
No inicio da década de 80 um grupo de pesquisadores estudava o sistema de uso comum da terra, e detectaram que os remanescentes de quilombo buscavam a titulação dos territórios que ocupavam a mais de cem anos. Essa reivindicação se baseava no dispositivo legal citado.
Hoje, essas áreas são chamadas de comunidades negras rurais quilombolas, ou, simplesmente Quilombos.
No Brasil existem mais de 1.200 quilombos, entre eles os de maior repercussão na época da escravidão foram os quilombos do Ambrósio (em Minas Gerais), Quariterê (Mato Grosso), quilombo de Limoeiro (Turiaçu) e quilombo de Lagoa Amarela (Chapadinha) estes dois últimos no Maranhão. Sendo que o quilombo de Lagoa Amarela foi de grande relevância na guerra da Balaiada, uma das maiores e mais significativas revoltas populares com ecos em todo o país. (http://www.forumcarajas.org.br/ , artigo: Quilombos: histórias de luta e resistência negra)
A luta dos negros no Maranhão por liberdade, assim como em todo o Brasil, teve início desde a chegada dos primeiros africanos escravizados. Capítulo importante nessa luta foi, sem dúvida, a fuga das senzalas para locais onde pudessem, livres dos grilhões, se organizar em comunidades, e assim, construir as condições de sobrevivência longe dos seus algozes. É importante destacar a figura do Negro Cosme pela sua preocupação com a educação: é dele a primeira iniciativa (registrada) da criação de uma escola no quilombo, em Lagoa Amarela, hoje pertencente ao município de Chapadinha. Mas, principalmente pela sagacidade de, sabedor da dificuldade de sucesso de uma luta organizada a partir do quilombo, ter aproveitado para engrossar as fileiras da Balaiada, somando aos interesses dos populares das cidades e aos dos vaqueiros as reivindicações quilombolas.
(http://www.vermelho.org.br/noticia/210030-73)
É importante destacar, também, que a comunidade de "Anjicos", a 12 quilômetros de Chapadinha, também é citada como foco de resistência.
Veja as localizações de Lagoa Amarela, Bom Sucesso, Anapurus, Mata Roma, Chapadinha e Anjicos:
Fonte da imagem: professor Iranilton Avelar (Urbano Santos) |
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