Antônio Conselheiro nasceu em Quixeramobim, no Ceará. Em 1870, iniciou peregrinação por diversas cidades do interior do Nordeste. Até fundar o povoado de Belo Monte (primeira Canudos), em 1893, o beato arregimentou seguidores por onde passou. Além das pregações que fazia em cada localidade, o Conselheiro e seus seguidores construíam igrejas e cemitérios.
Na Bahia, o beato deixou sua marca em vários municípios, onde construiu igrejas (Crisópolis, Biritinga, Itapicuru, Rainha dos Anjos, Aporá, Olindina, Nova Soure, Chorrochó, Esplanada e Canudos) e cemitérios (Timbó, Entre Rios, Ribeira do Amparo, Aporá, Itapicuru e Canudos).
Para fazer o roteiro do Conselheiro, quem partir de Salvador deve seguir pela BR-101 até Alagoinhas, distante 119 km da capital baiana. A partir daí, inicia-se o caminho percorrido pelo Conselheiro na região Nordeste da Bahia.
Itapicuru
Ao pisar em solo baiano, em 1876, o beato e seus seguidores instalaram-se em Itapicuru, município que faz fronteira com o estado de Sergipe. Ali, os conselheiristas ajudaram o padre Antônio Agripino da Silva a erguer a paróquia local, iniciada em 1869, e que deu origem à atual Igreja da Matriz.
No povoado de Rainha dos Anjos, ele e seus seguidores trabalharam para restaurar uma pequena capela. A primeira notícia de jornal sobre o beato dá conta da sua passagem pelo povoado.
Acusado de ter matado sua mãe e esposa, o Conselheiro foi preso em Itapicuru e levado de volta ao Ceará. Conseguiu provar sua inocência e retomou seu périplo pelo sertão nordestino, voltando à Bahia em 1880.
Crisópolis
A área onde está erguida Crisópolis integrava o município de Itapicuru e seu povoamento iniciou-se na segunda metade do século XIX, por fazendeiros que ali se estabeleceram e formaram as fazendas Dendê de Cima e Dendê de Baixo.
Com a chegada de Antônio Conselheiro, em 1880, formou-se o povoado de Bom Jesus, onde o profeta do sertão construiu uma igreja e um cruzeiro, concluídos em 1892.
A sede, criada com o topônimo de Bom Jesus, em 1898, foi alterado em 1938 para Crisópolis, quando o povoado foi elevado à categoria de cidade. Atualmente o município tem como distritos importantes o Buril e o Pinto.
Aporá
Em Aporá, o Conselheiro e seus seguidores construíram uma igreja e um cemitério. O município faz limite ao norte com Crisópolis, ao sul e a oeste com Inhambupe, a leste com Esplanada, a nordeste com o município de Acajutiba, a noroeste com o município de Olindina e a sudeste com o município de Entre Rios; todos esses municípios foram percorridos pelo Conselheiro.
Chorrochó
A pequena povoação formada por casebres, que integrava o município de Curaçá, só se desenvolveu com a chegada de Antônio Conselheiro, que construiu uma igreja, mais tarde dedicada ao Senhor do Bonfim. Criado em 1919, foi extinto em 1924, sendo novamente anexado a Curaçá. Em 1952, foi novamente elevado à condição de município.
O município de Chorrochó tem alguns atrativos turísticos. Além da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, construída por Antônio Conselheiro, em 1885; há também a Praia de Jatubarana e a Piscigranja (sistema pesque e pague).
A Igreja de Nosso Senhor do Bonfim tem 260 metros quadrados de área e possui cobertura em telha colonial, sobre estrutura de madeira e piso de mármore. Em bom estado de conservação, tem no altar-mor a imagem do Senhor do Bonfim, protegido por redoma de vidro e madeira entalhada. À direita, existe uma imagem do Sagrado Coração de Jesus e, à esquerda, uma gruta com a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, ambas moldadas em gesso. A igreja permanece aberta diariamente, das 17 às 20h.
Biritinga
A cidade pertence à microrregião de Serrinha, de onde foi desmembrada em 1962. Em tupi, Biritinga significa "cana branca". O povoamento que deu origem ao município foi fundado em 1822, por João Pedreira Lobo. Em abril de 1891, um terreno doado por Antônio Martins de Cerqueira possibilitou a construção da capela de Nossa Senhora de Belém, cujas primeiras pedras foram colocadas por Antônio Conselheiro.
O calendário festivo do município é bastante diversificado, com ênfase na festa de São Sebastião, em 20 de janeiro, com leilões, procissões e o famoso acompanhamento para a Tapera. Há também a festa da emancipação política, em 23 de abril, as festas juninas, a Independência do Brasil, com o tradicional desfile, e a festa da padroeira Nossa Senhora de Belém, em 8 de dezembro.
Olindina
O primeiro nome da cidade foi Mucambo, depois Nova Olinda e, por fim, Olindina. A história deste município remonta às três décadas finais do século XIX e está diretamente relacionada à Guerra do Paraguai, quando, por força de hábito da época, o Dr. Pedro Ribeiro de Araújo, médico-chefe do hospital para feridos de guerra, foi agraciado com as terras da atual Olindina, onde tomou posse, batizando o lugar de Fazenda Mocambo (em razão do nome originalmente atribuído ao local) e à Guerra de Canudos.
Em 1882, quando o Conselheiro passou pelo município de Itapicuru, do qual Olindina fazia parte, à época, construiu também uma capela dedicada a São João Batista, depois mudada para Nossa Senhora da Conceição. Na cidade é realizada anualmente uma movimentada Micareta, que atrai pessoas de diversas cidades, inclusive do estado de Sergipe.
Ribeira do Amparo
Outro ponto de parada de Antônio Conselheiro, Ribeira do Amparo teve origem no povoado de Ribeira do Pau Grande. No final do século XIX, este município passou a chamar-se Vila do Amparo. Em 14 de agosto de 1958 ganhou sua emancipação política e foi denominada Ribeira do Amparo.
Esplanada
O município de Esplanada tem sua origem no arraial pertencente ao município do Conde. O progresso da cidade está vinculado à chegada da estrada-de-ferro, antiga Viação Férrea Leste Brasileira, hoje Ferrovia Atlântica, cujo final de linha se destinava à localidade vizinha de Timbó, onde Antônio Conselheiro construiu o primeiro cemitério.
O Arraial de Esplanada foi convertido em cidade em 1931. Em julho do mesmo ano, foi anexado ao seu território o município de Vila Rica e criada uma subprefeitura na antiga Vila Rica. Atualmente, o município de Esplanada é composto pela sede e os distritos de Palame e São José do Mucambo.
Entre Rios
A primeira exploração das terras de Entre Rios ocorreu no século XVI, com concessão de sesmarias à Casa da Torre de Garcia D’Ávila. Às margens dos rios Joanes, Inhambupe e Itapicuru foi iniciada uma povoação e erguida uma capela. Pouco tempo depois foi criada a freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres de Inhambupe. A vila foi criada em 1872 e, um ano mais tarde, o município, com o nome de Entre Rios, foi criado a partir do território desmembrado de Inhambupe.
FONTE: http://bahia.com.br/roteiros/os-caminhos-de-conselheiro/
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