A comunidade tradicional de Boa União remonta a história oitocentista brasileira em meados do século XIX e inicio do século XX na Região do Baixo Parnaiba Maranhense.
Os seus moradores mais antigos contam com convicção os fatos de como foi formado o primeiro povoamento com os engenhos de cana-de-açúcar para a fabricação de cachaça, mel e rapadura, a antiga fazenda teve a presença de escravos e possivelmente quilombos formados nos seus arredores.
Hoje a comunidade guarda um tesouro histórico de vestígios da famosa Insurreição dos Balaios e do processo socioeconômico local. Um canhão debaixo das mangueiras é a prova viva de um ato que por ventura tenha sido planejado para sufocar o movimento rebelde dos vaqueiros, camponeses e artesãos, uma vez que o comandante guerreiro Negro Cosme – “Tutor e Imperador das Liberdades Bem-ti-vis” andava recrutando escravos naquelas redondezas vindo de Brejo e Chapadinha, pois o mesmo segundo alguns documentos já tinha invadido a Fazenda Catingueira entre as cidades de Tutóia e Barreirinhas –, num lugar chamado Priá ou Periá libertando dali todos os negros acorrentados.
As antigas peças do engenho, tachos de cobre, alicerces, muralhas e trincheiras do período são encontrados no local do pátio da fazenda, com mangueiras centenárias e pés de angelim.
O povoado foi desenvolvido nas margens do Rio Preguiças pela atração das terras férteis e abundância de água e capinzais para a pastagem do gado e trabalhos feitos na época. Ainda pode-se ver o famoso sino da capela centenária, este que por sua vez tenha vindo da Europa juntamente com vasos e outros utensílios domésticos pertencentes aos proprietários da casa-grande.
A história de Boa União é importante para entendermos os conflitos e as relações sociais no interior do leste maranhense no final do século XIX, um capítulo importantíssimo da história do Maranhão e do Brasil.
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